sábado, 2 de novembro de 2013

Alma tricolor, sangue celeste: Feliz Aniversário Diego Lugano!

Como na história fantástica de Miguel de Cervantes, clássico da literatura mundial, nosso herói é um cavaleiro; certo de suas fantásticas aventuras e desafios, cavaleiro sem Sancho, Diego Lugano é o maior ídolo da história recente são-paulina.
Zagueiro de poderio físico elevado, raça apurada em detrimento da técnica, e identificação com a camisa que veste, o uruguaio nascido em Canelones segue a linha de seu antecessor Darío Pereyra: também zagueiro, ídolo, e celeste.
Lugano chegou ao São Paulo sob desconfiança, e com a alcunha de “homem do presidente”. Por aprovação do saudoso presidente Marcelo Portugal Gouvêa, falecido em 2008. O homem do presidente precisaria provar mais que o restante do grupo. E assim o fez. Venceu batalhas contra moinhos de vento, ganhou o respeito da torcida, e provou seu valor.
O cavaleiro andante mais famoso deste e doutros tempos, Dom Quixote de La Mancha, gozava de sensata loucura para enfrentar os mais perigosos desafios do mundo.
Lugano, como Quixote, quando em missão sai de si. Em campo transforma-se num guerreiro, sem desistir de bola alguma, sem pestanejar. Incansável. Característica que lhe rendeu a paciência necessária para atuar pelo clube do Morumbi, já que sua chegada, em 2003, não foi aprovada pelo então técnico Oswaldo de Oliveira, que deixava o uruguaio de fora da maioria dos jogos.
Lugano suava por almejar o melhor, e assim que técnico foi embora do tricolor paulista, ainda em 2003, o uruguaio conquistou seu espaço, e pouco a pouco, jogo a jogo, chute pro mato a chute pro mato, foi provando à nação são-paulina que merecia lugar especial na galeria de ídolos.
A falta de técnica jamais foi problema, ele compensava com raça. Comia grama se fosse necessário. Amedrontava adversário, comandava defesa, liderava a equipe. Cavaleiro Lugano.
Mostra desta incansável sede por vitórias foi dada em 2006, nas semifinais da Taça Libertadores da América, contra o Chivas – MEX, no Morumbi. Eram 27” quando Fabão cometeu pênalti em Bautista. Morales bateria no canto esquerdo de Rogério Ceni, que voaria em direção à bola, e faria brilhante defesa.
O Morumbi e 66.750 testemunhas viram Lugano virar a Rogério segundos depois da defesa, cerrar os punhos, e vibrar com o goleiro são-paulino, como quem diz: “É isso! não vamos perder, não vamos perder!”, A TV Globo, detentora dos direitos de transmissão, deu destaque à atitude do zagueiro. Lugano é o tipo de jogador que vence Libertadores, o tipo de jogador que qualquer equipe quer chamar de ídolo.
Naquela mesma Libertadores, numa fase antes, nas quartas de finais, Lugano foi expulso no jogo de ida, contra o Estudiantes, na Argentina. Na volta, em pleno Morumbi, teve que assistir a vitória por 3 x 0 de fora do campo, como torcedor. Ao final da partida entrou no gramado para vibrar com o elenco. De calça jeans escura e camisa social preta, o uruguaio comandava a comemoração de milhões de são-paulinos espalhados pelo mundo. Lugano é apaixonado pelo São Paulo, disso ninguém duvida.
“Foram três anos incríveis (no São Paulo). Não só pelos títulos ganhados, mas a identificação dos são-paulinos comigo, e a minha com o clube foi surpreendente. Cresci muitíssimo no maior clube do melhor futebol do mundo”. Ele completa: “Quanto mais o tempo passa, mais cresce essa identificação. Por isso não seria estranho que voltasse ao São Paulo um dia.”.
Pelo tricolor do Morumbi foram emblemáticos 95 jogos. Dentre eles o especial embate ante o Liverpool, na final do Mundial de Clubes, quando os são-paulinos celebraram pela terceira vez o topo do mundo. Naquele jogo foi monstruoso. Marcou com seriedade e jogou com foco e concentração durante todos os minutos da partida. Aquela falta em Gerrard, já aos tantos do jogo, lhe rendeu cartão amarelo e ainda mais admiração são-paulina. Lugano não afina.
Comumente o uruguaio de Canelones honra a camisa que veste, e pelo São Paulo o sentimento de identificação foi além do respeito. Foram quatro títulos. Paulista, Libertadores, e Mundial de Clubes num 2005 perfeito, e um campeonato brasileiro no ano seguinte. Quatro títulos, são suficientes para contar muitas histórias, e a mais triste delas, na despedida do zagueiro, foi contada em 2006, num até logo ao Cavaleiro Lugano de La Canelones.
No livro de Cervantes, no início de cada capítulo, são ressaltadas as aventuras de Quixote no transcorrer das atividades, “e outros feitos que merecem ser contados”. Desde sua saída do tricolor paulista Lugano conquistou a Turquia, outros milhões de fãs, a América uma vez mais com a celeste, e outros feitos que não merecem ser contados.
Isso mesmo, não merecem. Ao são-paulino cabe esperar pela volta do ídolo, porque aos tricolores, nada interessa mais que ver Lugano com sua camisa uma vez mais, para mais contos, mais histórias, e mais títulos.
Cavaleiro de valor inestimável, temido nesse e noutros reinos, e de feitos grandiosos, os são-paulinos aguardam seu retorno. Parte dessa fantástica aventura escrita em linhas tricolores, os torcedores estão no direito de pedir, seja no Espanhol (Volver Lugano), Ou simplesmente no bom e velho Português (Volta Lugano)
Exemplo de raça e amor à camisa. Feliz Aniversário ao  capitão Celeste  e eterno xerife da zaga Tricolor.
Compartilhe : :

0 comentários :

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...